segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Momento National Geographic

O horror do nascer de uma nova era espalha-se pelos confins da savana.

Reúnem-se os animais ao raiar do sol em grandes grupos. O instinto de auto-preservação é inato e evolui consoante as ameaças a que a fauna da savana está sujeita. A noite foi curto descanso para as presas. Os macacos reduzidos em número, refugiam-se nas árvores mais altas. As zebras mais antigas são deixadas pela manada como dízimo da carne, na esperança de que os mais novos sejam poupados. O tempo do leão já lá vai. Tempo distante, quase pré-histórico, tempo em que a savana se enchia dos sons de regozijo da manada cada vez que escapavam a uma emboscada.

Hoje o perigo é real, premente, espreita em cada pedra, em cada tufo de erva, em cada árvore onde a sua sombra se torna amargo refúgio contra a inclemência do sol que caustica a todos. Hoje será o último nascer do dia para a zebra. Hoje a macacada silencia-se ao ouvir o grito que a todos enche de horror. Hoje a girafa treme com o som dos infernos. A voz da demência e do terror anuncia mais um dia de sangue na savana.


E a gazela receia. Receia porque sabe. Pressente. Cheira o perigo que lhe provoca frémitos de antecipado terror.

O último dos leões morreu. E hoje... hoje há um novo predador na savana...


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