quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Nascer, crescer, e ser benfiquista

Todo o ser humano nasce sob a égide da Luz.
Uns seguem-na pela graça do sentimento, outros perdem o sentimento, ficando sem graça.
Menino e moço, caminhando descalço por entre cardos e trigais, em terras adjacentes a Aldeia de provincia, levando pendurado à cintura ou debaixo do braço, qual melhor tesouro, um pequeno rádio de pilhas, caminhava o garoto, ouvidos presos no relato, dando continuamente saltos de “loucura”.
Estava a jogar o Benfica. Não interessa quem era o adversário. Só sabia o nome dos gloriosos. Eusébio, Torres, José Augusto, Coluna, Costa Pereira, e todos os outros que faziam com que o caminho de pedras, parecesse veludo nos seus pés.
Não conhecia Lisboa perante os olhos, mas conhecia o Estádio da Luz, na sua imaginação de menino imberbe para quem o mundo era a Catedral, sonho dos seus sentidos, palco da sua fantasia.
O Estádio da Luz era o palco dos sonhos, o paraíso da acepção, a imagem conhecida na fértil idear benfiquista
Ouvia o relato concentrado no prazer e alma imensa, qual fábula, ouvida em gênero de prosa
Cada domingo, um romance e novamente a alegoria ouvida e esperada sobre meras variações de resultado
Não existia outro mundo. Existia apenas o sorriso de alegria saída dos lábios da criança em final do dia.
Não existia fome que o atormentasse, calos e bolhas nos pés que lhe doessem, apenas e só uma felicidade imensa lhe preenchia a alma, numa infinita afinidade de prazer, por ter sido dado à luz, pela graça de ser benfiquista.
Cientistas exímios escrevem que o sonho é o acordar da vida. De certa forma era aquilo que aquela criança mal vestida, magra e pobre, sentia quando era domingo.
Clamava para que esse dia chegasse. Nunca mais era parte da tarde. O Pai, benfiquista assumido, embora não fanático, poupava as pilhas do pequeno rádio, para que o filho que o seguia, mostrando olhares de esperança, não deixasse de, pelo Benfica, ser (ainda mais ) feliz.
Esse rapaz fez-se homem, mudou a estrutura de vida, partiu para a cidade à procura do sonho e do conhecimento.
Palrador irrequieto nunca pensou ficar sem voz quando visitou o lugar da sua imaginação: Estádio da Luz
Parou o tempo perante a voz e olhos de quem tinha chegado ao êxtase da sua própria existência enquanto menino dado por prazer, à imagem iluminada da vida, a ...... Luz.
Uma Luz de fé, que ilumina o coração, que nos faz perder a razão em alguns poucos momentos, apenas porque o amor que sentimos, é superior aquilo que a ensejo na ocasião nos deixa pensar.
A reação momentânea saída da alma é um laivo feroz e ardiloso, nem sempre bom, mas próprio de quem ama. Quem ama ...... sofre.
Amar o Benfica é ser mais forte que a razão. Por isso e sem querer tirar a razão a quem num momento de menor preparação mental deixa extravasar utopias menos felizes, TODOS UNOS, seremos a grandeza da LUZ, a força infinda do Sport Lisboa e Benfica

O rapaz fez-se homem. Eu.

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